sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Tecnologias Pedagogias e Didáticas no uso de Tecnologias aplicadas à Educação: caminhos e (des)caminhos.

No Brasil, falar em informática, sobretudo informática aplicada à educação, pode parecer uma utopia para maioria da população, que sobrevive com dificuldades e, também parece ser a situação das escolas públicas, que não recebem investimentos do governo para modernização e melhoria da qualidade de ensino. Será que temos que esperar a chegada primeiro das carteiras? Porém, as novas tecnologias já fazem parte da vida dos alunos, seja na TV, no cinema, nos jogos eletrônicos, no trabalho, no banco, enfim, em todos os lugares e de alguma forma e, portanto, a Educação não deve e nem pode desprezar esse dado de realidade, nem "fazer de conta" que ela não existe na vida dos alunos. E, se levarmos em consideração que esses mesmos alunos hoje, serão profissionais no futuro, em uma sociedade ainda muito mais informatizada, se faz imprescindível que a escola não a ignore. A instituição escolar tem como função formar os indivíduos de maneira a tornarem-se cada vez mais agentes sociais criativos e dinâmicos, participantes das transformações do seu tempo. A rapidez da evolução científica e tecnológica do mundo é apreendida pelas crianças e adolescentes, direta ou indiretamente, através dos meios de comunicação, independente de sua classe social ou situação sócio-cultural. Tal fato faz com que algumas vezes a escola pareça parada no tempo ou voltada para o passado, enquanto seus alunos vivem intensamente o presente e vislumbram no futuro novas exigências, possibilidades e necessidades às quais a Escola parece não ter condições de atender. A tecnologia computacional, por natureza, não é nem emancipatória nem opressiva. Ela esta incorporada no contexto econômico e social que determina suas aplicações. Estes, por sua vez, devem ser cuidadosamente estudados para assegurar que as aplicações de computadores preservem e desenvolvam valores humanos em lugar de deteriorá-los.
A escola não pode ignorar o volume de informação proporcionado pelos meios audiovisuais, já que praticamente, os saberes cotidianos socialmente significativos formam parte do contexto sociocultural do aluno na compreensão de sua realidade. As mudanças culturais e de pensamento estão presentes e modificam a ação cotidiana em sala de aula, pois, a nova geração do final do milênio e do atual, desenvolveu capacidades perceptivas e é capaz de processar muito mais informações do que as gerações precedentes, ainda que de forma diferente, de uma forma que privilegia uma grande variedade de estímulos informativos, enquanto que na sala de aula o que é privilegiado é ainda a linguagem verbal e a escrita. O problema não está no fato de existir um laboratório de informática, e sim na forma e na finalidade com que ele está sendo utilizado. A idéia de que bastava colocar o aluno em contato com o computador e todos os problemas de aprendizagem desse aluno desapareceriam não se concretizou. Em alguns casos percebe-se uma certa insatisfação e frustração, tanto da direção e dos professores quanto dos próprios alunos. As escolas não estão encontrando formas de reverter essa situação. Como na maioria das vezes acontece em educação, frente à frustração procura-se recorrer à substituição dessa tecnologia por outra mais recente, na qual novamente irão ser depositadas todas as esperanças. De nada adianta o saudosismo. Mudaram os tempos e as necessidades. É imperioso mudar a escola e todos nós somos sujeitos dessa mudança. Como dizia Paulo Freire, temos de ser homens e mulheres de nosso tempo e empregar todos os recursos disponíveis para promover a grande mudança que nossa escola está a exigir. Não podemos ser omissos. A neutralidade representa a aceitação da situação atual, a conivência com o que já está posto. O processo de integração de computadores e outros instrumentos tecnológicos na escola, pode e deve ser compreendido como um processo de inovação, e como tal, tem que atender a um grande número de fatores e componentes para o desenvolvimento da mudança e melhora que a educação persegue. Isto precisa necessariamente ser feito pela integração curricular que afeta fundamentalmente a três campos mutuamente implicados: o desenvolvimento profissional do professor; o desenvolvimento organizacional da escola e a reorganização do próprio currículo. E, um dos fatores fundamentais para as necessidades apontadas é que essas tecnologias pressupõem um saber apoiado não em conhecimentos teóricos adquiridos mecanicamente, mas em modelos mentais flexíveis da realidade, capazes de evoluir em sucessivas e crescentes formalizações. Em meio ao cenário tecnológico em que se encontra o profissional docente, as atuais discussões e políticas públicas na área de informática na educação têm considerado o professor como um componente fundamental para o processo de introdução do computador no cotidiano do ensinar e aprender. Espera-se que ele, na sala de aula, promova a interação entre a informática e a sua disciplina e, por meio dessa interação, proporcione aos alunos o acesso às novas informações, experiências e aprendizagens de modo que aprendam efetivamente, sejam críticos diante das informações e do conhecimento promovido por meio da tecnologia. Diante dessas demandas surgidas como fica o professor? Como ele se sente diante da necessidade de aprender a trabalhar com um elemento que não fez parte de sua formação acadêmica e nem tão pouco de sua geração? Quais os seus sentimentos? Quais são suas preocupações? Assim sendo, é importante que em um processo de formação em informática na educação o professor seja concebido não apenas como um profissional, mas como uma pessoa que tem sentimentos e reações diversas diante do computador.Pouco se faz, na prática, com os professores para mostrar quais seriam os caminhos mais produtivos para o uso da tecnologia no processo educativo. Com isso, vem à tona uma questão que deve ser criteriosamente refletida por todos nós educadores e que diz respeito à forma como esses recursos têm sido utilizados.Livros, computadores, internet, laboratórios, quadras, aulas de arte, visitas a exposições, contato freqüente com filmes e tantos outros recursos disponíveis nas boas escolas particulares realizam um verdadeiro "upgrade" em seus alunos. Em contrapartida, a rede pública, apesar de todos os esforços, continua tendo enormes dificuldades para promover uma aprendizagem plena e uma total inserção de um enorme contingente de estudantes à cidadania e ao mercado de trabalho. O uso pedagógico da informática na educação requer muito mais que bons projetos. A finalidade real é a de propiciar um ensino inovador. E pode contribuir para esse fim se não for convertida em uma finalidade por si mesma, atendendo meramente a expectativas de mercado e sim, como conseqüência de decisões tomadas a partir de uma determinada maneira de conceber e levar a termo uma prática de ensino. Mesmo em meio às inúmeras dificuldades das quais todos nós temos plena consciência, esse cenário, por vezes pouco animador, acaba abrindo espaços para iniciativas criativas e bem sucedidas.
Reiterando: A questão básica para os professores da atualidade é: com que finalidade deve ser utilizada a tecnologia?
Finalidades pedagógicas: meios de ensino, ações educativas.
Finalidades educacionais: enriquecimento dos indivíduos, orientação de costumes sociais.
Finalidades culturais: implementar o conhecimento global dos seres humanos.
Finalidades científicas: meio de conhecimento dos avanços alcançados.
Profª. MS. Vera Lúcia Camara Zacharias http://www.centrorefeducacional.com.br/pedidati.htm

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